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Uma pesquisa realizada pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), em parceria com a farmacêutica Bayer, revela que 53% das mulheres iniciaram sua vida sexual entre 16 e 18 anos. Desse total, 92% afirmam usar algum método contraceptivo. Apesar disso, 60% delas ainda têm vergonha de falar sobre sexo e contracepção. O levantamento foi feito com base em entrevista com 2 mil mulheres acima dos 14 anos de quatro capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador).
“Quando se trata de adolescentes, a gravidez não planejada pode não só representar um susto, mas um sério risco à saúde, sendo um dos principais contribuintes para a mortalidade materna. É fundamental que as jovens busquem orientação correta, sempre com o acompanhamento de um especialista”, diz o professor Afonso Nazário, do Departamento de Ginecologia da EPM/Unifesp.
As principais causas da gravidez não planejada estão relacionadas à falta do uso de métodos contraceptivos seguros, problemas de adesão ao método, mau uso do método escolhido ou a acomodação do casal em relação aos cuidados preventivos. De acordo com a pesquisa, 81% das mulheres conhecem alguém que engravidou antes dos 16 anos.
Apenas 31% das entrevistadas afirmaram já ter tido uma conversa positiva sobre sexualidade com os pais ou responsáveis. “A gravidez em adolescentes é o reflexo da falta de acesso à informação. Nessa fase, é necessário que tanto os responsáveis como as escolas estimulem a ida ao ginecologista e conversem com os adolescentes sobre os riscos da falta de cuidado com a vida sexual, que podem comprometer uma ou mais vidas”, completa Nazário.
Virgindade
Com o avançar dos anos, o tema sexualidade vem sendo abordado com mais naturalidade. Para 62% das entrevistadas, o tema virgindade não é mais um tabu e, para um pouco mais da metade (51%), o sexo representa um prazer pessoal. No quesito sexo sem compromisso, 32% das jovens disseram que estão abertas à prática. Em contrapartida, 26% indicam que jamais fariam.
Com relação à contracepção, a Associação Americana de Pediatria divulgou, no fim de 2014, uma nova diretriz recomendando o uso de dispositivo intrauterino (DIU) e implantes hormonais para evitar gravidez na adolescência. Segundo o estudo da EPM/Unifesp, entre os métodos contraceptivos mais utilizados pelas mulheres, estão camisinha (35%), pílula anticoncepcional (34%) e contraceptivos de longa duração como DIU e implante (13%). Os números indicam ainda que 77% das mulheres têm o hábito de ir ao ginecologista.
Embora a vida sexual esteja iniciando mais cedo e os jovens possuam mais acesso a informações, os índices de gravidez não planejada ainda são elevados. Para 45% das entrevistadas, o principal motivo seria a irresponsabilidade; 26% acham que a causa principal é o esquecimento ou uso incorreto do método de prevenção escolhido. Quando perguntado sobre a postura do parceiro em relação à contracepção, 58% das mulheres disseram que a decisão é exclusivamente delas.
fonte:http://blogs.ne10.uol.com.br/